#007 Síndrome do Impostor
Síndrome do impostor
As pessoas que sofrem com essa síndrome sentem que
são incapazes de internalizar suas conquistas e acham que são apenas sortudas
ou beneficiadas por circunstâncias externas. É caracterizada por
pessoas que têm tendência à autossabotagem, em que o indivíduo constrói uma percepção
de si mesmo de incompetência ou insuficiência.
Este sentimento
pode ser especialmente comum entre mulheres e minorias étnicas, que podem se
sentir deslocadas em ambientes dominados por homens ou maiorias. A síndrome do
impostor pode ter um impacto negativo na saúde mental.
PODCAST: 06:37
Somos uma fraude no trabalho e colecionamos fracassos?
A síndrome do impostor irá afetar as pessoas de
forma diferente, dependendo da estrutura emocional que cada um constrói ao
longo de sua trajetória e experiências vividas.
A intolerância sobre as próprias falhas exige uma
autocobrança e a necessidade de agradar as pessoas em seu entorno. Estimula o
esforço exagerado e uma obsessão por resultado associando sucesso ao trabalho
sacrificado.
As pessoas costumam
adiar tarefas importantes ou deixar compromissos para a última hora. Para
cumprir determinadas obrigações, é comum levar o máximo de tempo, tudo isso com
o intuito de evitar ser criticado ou avaliado por suas atividades. Preferem
correr o risco de não realizar suas tarefas e sofrem as consequências porquê tem
medo de que seu trabalho seja criticado por outras pessoas.
Quem sofre com a
síndrome vê o fracasso como uma situação inevitável. Isso somado a alta carga de ansiedade, faz com que a
pessoa comece a arruinar as próprias conquistas pela maneira como age. Forçar o carisma, tentar causar uma boa impressão, querer agradar a todos
constantemente e até mesmo se sujeitar a situações humilhantes são maneiras
que o suposto impostor tem de alcançar a aprovação.
Com receio de ser
julgada, avaliada e descoberta, procura passar despercebida, evitando
exposições. Dessa forma, ela prefere a discrição e raramente divide suas
angústias com alguém, exatamente por ter medo de que os colegas possam concordar
com a sua incapacidade.
A síndrome do impostor afeta a capacidade de entender quais são seus pontos fortes e
quais pontos você precisa desenvolver, esse é o maior perigo, você perde a
capacidade de julgamento das suas ações e consequências, fica refém dos seus
próprios medos e cultiva sua ansiedade. É importante prestar atenção em si e
ter uma “conversa” sincera consigo mesmo.
O jogador (Giannis Antetokounmpo), da liga de
basquete americana NBA, falou sobre fracasso após a derrota do seu time, vale
apena assistir o video.
Já ouviu falar em FOMO e JOMO?
Nesse mudo super conectado em que vivemos e iremos viver
nos próximos anos, temos visto um avanço considerável do narcisismo gerado pelo
efeito da exposição das mídias sociais. Com esse fenômeno ocorrendo, surgem especialistas com conceitos e ideias sobre o tema.
FOMO, ou medo de perder (fear of missing out), é a
sensação de ansiedade ou preocupação de perder uma oportunidade social ou
experiência. Ele é comumente associada às redes sociais, onde as pessoas podem
facilmente ver o que seus amigos e colegas estão fazendo e se sentir deixadas
de fora.
FOMO pode causar estresse e ansiedade, levando as pessoas a
compararem suas vidas com as vidas dos outros e se sentirem insatisfeitas com o
que têm.
Pode também levar a comportamentos imprudentes, como gastar dinheiro
desnecessariamente para acompanhar tendências ou comprometer a segurança para
não perder uma oportunidade.
A expressão "JOMO" (joy of missing out) é
menos utilizada e estudada do que a FOMO. O termo é usado para expressar o
sentimento oposto a FOMO, ou seja, a sensação de felicidade ou satisfação de não estar
envolvido em certas atividades sociais ou eventos.
O conceito de JOMO se
concentra nas oportunidades ganhas, como a tranquilidade e a paz de espírito
que vem de passar tempo consigo mesmo ou com as pessoas que ama. A JOMO é
uma forma de encontrar equilíbrio e paz em meio ao caos e a correria do mundo
moderno.
No ambiente corporativo esse sentimento de estar por fora do que está rolando, por exemplo: quando você se cobra do curso
que todos estão fazendo e você ainda não começou, ou aquela tendência de mercado da qual estão todos falando e só você está por “fora” podem contribuir para a FOMO e se ampliar para a síndrome do impostor.
PODCAST: 05:31
Como eu lido com essa síndrome?
Antes de descrever aqui a minha experiência com
a síndrome do impostor, é importante lembrar que esse texto não resolve ou traz
soluções para esse “problema”. O texto apenas traz a ideia para que você possa
elaborar sua visão e estimular seu pensamento sobre o assunto. Não temos a pretensão
de resolver as questões abordadas, se você achou isso “achou errado”. 😊
Tenho 38 anos, (não estou velho, bom deixar claro isso). Ao longo da minha vida tive bastante dificuldade em me sentir
aceito ou de me relacionar com pessoas, isso fez com que eu desenvolvesse
alternativas para me relacionar/aproximar de grupos de pessoas, seja na vida
pessoal ou no trabalh. Uma das alternativas quando adolescente era o humor e eu sempre usava isso para me conectar com as pessoas. Na vida profissional era o contrário, sempre fui quieto e fechado, tinha um caminho longo até me
sentir à vontade com outras pessoas. Essas alternativas que uso até hoje sempre
resultam em: “Nossa eu achei que você era bravo, você tem cara de bravo”. Isso
me incomodava porque sei que não sou assim.
Quando descobri sobre a síndrome do impostor e
suas características, me identifiquei e percebi que em certa medida eu era
afetado por algumas delas. Isso me ajudou muito, primeiro em compreender que de fato pode ocorrer e ocorre com outras pessoas e não está
relacionado com o que você é e sim como você lida com as situações do dia-dia. A a minha maior dificuldade sempre foi na vida profissional, eu nunca me senti
“preparado” para os desafios, sempre questionava a minha capacidade e
conhecimento. Era ruim lidar com esse sentimento de “não sou capaz”. Demorei muito tempo para reconhecer o meu lugar
no mundo corporativo, sendo eu um publicitário de formação sem nunca ter
exercido a profissão (ainda bem).
A síndrome do impostor fez parte da minha
trajetória, porém nunca teve protagonismo ou foi dominante. Após o falecimento
do meu pai, comecei na terapia (recomendo) com o objetivo de me ajudar naquele
momento, entretanto, conseguir extrair muito mais do que
esperava e aprendi novos caminhos para lidar com as frustações e
dificuldades.
Ao longo desses 17 anos de profissão, passando
por diversas empresas e cargos, me sinto orgulhoso e feliz
com a minha trajetória.
Você não é um impostor, você apenas se sente impostor, até mesmo
porque se você realmente for um impostor você terá consciência disso e estará
tudo certo.😊
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